O campo não sonha, floresce.
O campo não grita, padece.
Mas, quando o campo decide,
acontece.
Vem o sol, é uma oração.
Vem a chuva, é uma prece.
A quem traz sementes nas mãos,
até o vento obedece.
Quem viaja em noite escura
sabe quando a lua aparece.
Quem remenda a solidão
conhece o tecido que tece.
Quem apascenta os rebanhos
enquanto a chaleira aquece
revolve o chão da lavoura
e a plantação logo cresce.
Cai o suor por nosso rosto,
pequeno rio que nos desce.
No ventre das estações
os frutos amadurecem.
Quem sentir a dor do campo
ao entardecer entristece.
Mas sabe que o campo não sonha.
Sabe que o campo floresce.
LUIZ CORONEL
Nenhum comentário:
Postar um comentário