21 de setembro de 2012

apaixonado por árvores...



"Sentamos juntos a floresta e eu

Fundimos-nos num silêncio, 

Até que só houvesse floresta"


Hoje, 21 de setembro, é comemorado o dia da árvore. 

Como encaramos as árvores, e por extensão, toda a natureza?

Aproveito a ocasião para postar parte da introdução do livro 
"A Vida Secreta da Natureza", de Carlos Cardoso Aveline
(as fotos foram inseridas: Pedro André Ludwig)

A natureza, cuja evolução é eterna, possui valor em si mesma, independentemente da utilidade econômica que tem para o ser humano que vive nela. Esta idéia central define a chamada ecologia profunda – cuja influência é hoje cada vez maior – e expressa a percepção prática de que o homem é parte inseparável, física, psicológica e espiritualmente, do ambiente em que vive.





Na nova era global, milhões de pessoas voltam a perceber que o sentimento de comunhão com a natureza é um dos mais elevados de que o ser humano é capaz, e fonte de grande felicidade. Não é coisa do passado ou um costume do tempo das cavernas. Ao contrário, deverá marcar as civilizações do futuro. Em qualquer tempo histórico, o convívio direto com a natureza foi e será um fator decisivo para o bem-estar físico e psicológico do ser humano.




A expressão ecologia profunda foi criada durante a década de 1970 pelo filósofo norueguês Arne Naess, em oposição ao que ele chama de "ecologia superficial" – isto é, a visão convencional segundo a qual o meio ambiente deve ser preservado apenas por causa da sua importância para o ser humano.



Ao nível superficial, o homem coloca-se como centro do mundo e quer preservar os rios, o oceano, as florestas e o solo porque são instrumentos do seu próprio bem-estar. Quando olha para o meio ambiente com esta preocupação, o homem só enxerga os seus próprios interesses, já que, inconscientemente, se considera a coisa mais importante que há no universo. Olha a árvore e vê madeira. Olha o solo e vê o potencial agrícola ou a possível exploração de minérios. Olha o rio e vê um curso d’água navegável por barcos de determinado porte. Ele sabe que deve preservar os chamados recursos naturais, porque são preciosos. A natureza para ele é um grande cofre, abarrotado de riquezas renováveis, mas que deve ser cuidadosamente preservado. Daí a necessidade de autoridades ambientais atuantes e uma boa legislação que preserve o meio ambiente.





Este nível da consciência ecológica tem importância, porque faz com que os seres humanos questionem seu comportamento econômico e comecem a perceber mais claramente que a ética, afinal, dá bons resultados. A postura mais primitiva, de mera pilhagem, vem sendo deixada de lado em grande parte da economia. As políticas públicas de meio ambiente têm reforçado até hoje prioritariamente este primeiro nível, claramente insuficiente, de consciência ambiental. A multa, a repressão, a aplicação da legislação ambiental e a fiscalização seriam instrumentos muito úteis a curto prazo, se no Brasil a política nacional de meio ambiente não tivesse sido tão persistentemente esvaziada.

Mas as boas notícias são mais fortes que as más. Uma nova consciência empresarial já repensa o conjunto das atividades econômicas a partir da meta de administrar sabiamente, a longo prazo, os recursos naturais. As gerações mais recentes de empresários e executivos trazem consigo uma forte consciência ambiental. Sua atitude é compatível com a descrição holista do universo e com a ecologia profunda. Progresso econômico e bem-estar material deixam de ser inimigos da preservação ambiental ou da busca espiritual. As novas tecnologias permitem aumentar a produção, ao mesmo tempo que se diminui, radicalmente, o impacto ambiental. O verdadeiro progresso econômico – surge agora um consenso em torno disso – deve ser socialmente justo e ecologicamente sustentável. As medidas convencionais e de curto prazo para a preservação ambiental combatem os efeitos da devastação e pressionam pela gradual adaptação das atividades econômicas às leis da natureza. Mas a ecologia profunda dá um sentido maior às estratégias convencionais de preservação. Atacando as causas ocultas da devastação, projeta e estimula o surgimento de uma nova civilização culturalmente solidária, politicamente participativa e ecologicamente consciente.







"Sentamos juntos a floresta e eu

Fundimos-nos num silêncio, 

Até que só houvesse floresta"







2 comentários:

  1. Hoje, dia da árvore, sinto-me como uma delas. Crescida e desenvolvida em toda a sua extensão, necessária à minha sobrevivência. Adorei esta postagem, uma vez que também sou amante das árvores!

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  2. Hoje sinto-me uma árvore! Parabéns!! ♥♥♥♥

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