Augusto Cury...

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Augusto Cury palestra na Feira do Livro, em Estrela

O autor mais lido do Brasil palestrou, na noite de ontem, para cerca de 2.500 pessoas no Centro Comunitário Cristo Rei

Crédito da foto: Renan Silva


"Estar no Rio Grande do Sul é mais do que uma obrigação, é um privilégio. Vocês são poetas da vida." Foi assim que o psiquiatra, escritor e patrono da 6ª Feira do Livro de Estrela, Augusto Cury, deu início à sua palestra na noite de ontem, no Centro Comunitário Cristo Rei. Cerca de 2.500 pessoas assistiram à fala do autor brasileiro considerado pela Folha de São Paulo como o mais lido da última década.


Às vésperas de seu 56º aniversário, Augusto Cury discursou no Vale sobre Inteligência Emocional. O tema de sua palestra vem ao encontro do programa Escola da Inteligência, metodologia desenvolvida pelo psiquiatra durante mais de 15 anos e implementada nas escolas de Estrela desde o início de 2014.


"Através de uma série de histórias lúdicas, perguntas e debates, levamos crianças e adolescentes ao desenvolvimento dessas ferramentas. O objetivo básico é o desenvolvimento global da inteligência, preparando esses jovens com mais condições de serem brilhantes, para não se tornarem repetidores de informações, mas pensadores", explica Cury.


Hoje, essa metodologia atinge mais de 200 mil alunos em todo o Brasil. Além de escritor, Cury destaca-se também na área acadêmica. Em 30 anos de estudos, o autor desenvolveu uma das poucas teorias mundiais sobre o funcionamento da mente. "A construção de pensamento, o processo de formação do 'eu' como gestor da mente humana, os papeis conscientes e inconscientes da memória, o processo de educação da emoção e o processo de formação de pensadores. São cinco grandes áreas. Foram mais de 3 mil páginas que resultaram até agora em 37 livros publicados em mais de 70 países", conta.


Novidades
A edição de 2014 é a primeira em que a Feira do Livro de Estrela tem um patrono. Cury aproveitou a participação no evento para anunciar seu novo livro, que deve ser lançado em novembro: Petrus Logus. A obra será um romance juvenil sobre o futuro da humanidade, para jovens de nove a 99 anos, como brinca o autor. "Já está em conversação com a Warner Bros e outros estúdios para ser filmado em Hollywood. Espero que a juventude dessa região se aventure nessa saga sobre a possibilidade da 3ª Grande Guerra Mundial e a destruição dos recursos naturais e intelectuais", reflete.


Sociedade doente
Para Cury, a família moderna tornou-se um grupo de estranhos, com pais e filhos mais distantes. Também acredita que o excesso de informações absorvidas pelos jovens é prejudicial ao desenvolvimento cognitivo. "Na verdade, o diálogo está morrendo. Nossa espécie está doente, formando pessoas doentes para um sistema doente", critica. 


Uma das enfermidades que ele destaca é ligada justamente ao excesso de informações. Chama-se Síndrome do Pensamento Acelerado, descoberta pelo próprio autor. Segundo ele, os sintomas assemelham-se à hiperatividade. "Médicos do mundo todo estão prescrevendo Ritalina e outros medicamentos em um diagnóstico errado com procedimentos errados", acrescenta.

Renan Silva
renan@informativo.com.br
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Pedro André Ludwig, com livro autografado por Augusto Cury

Crédito das fotos: Pedro André Ludwig

Quero...

   

                              (fotografia: Pedro André Ludwig)

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.

No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor. 

(Carlos Drummond de Andrade)

Soneto de Fidelidade

Soneto de Fidelidade

Vinicius de Moraes

                                       (fotografia: Pedro André Ludwig)


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.



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